Condômino Antissocial?!

Por: *Solange Valentim

Na atualidade é difícil estarmos imunes a algum tipo de atitude antissocial, seja no trabalho, em casa ou em um condomínio. Penso que, provavelmente, em cidades grandes, como São Paulo e Rio de Janeiro, há um número crescente de pessoas que vivem sob pressão, seja no trabalho, na família, com os estudos, ou desafios financeiros. E muitas delas moram em condomínios.

E infelizmente, apesar das grandes evoluções arquitetônicas, sustentáveis e facilidades internas, como diversas áreas de convivência, como piscina, diversos tipos de quadra de esportes, GarageBand, salão gourmet e metrô próximo aos prédios, há muitos vizinhos que não criam vínculos com a vizinhança e fazem questão de serem assim. E isso acontece em comunidades de pequena ou grande escala.

Inicialmente, uma das causas desse cenário, pode estar relacionada ao fato de as pessoas ainda não sentirem grande empatia umas pelas outras e também não serem incentivadas a construírem uma relação de cumplicidade e confiança. Penso que, provavelmente, a maioria não participou do processo de construção da própria moradia.

E talvez tenha deixado seus parentes e amigos de infância em outros bairros, onde nasceram e sintam falta deles. Além disso, por terem encontrado tudo pronto e/ou, simplesmente, não foram ouvidas e nem fizeram questão de escolherem de que jeito queriam conviver com os novos vizinhos.

Imunidade social

Há muitos casos ocorridos, caracterizados por atitudes antissociais, que têm um peso de “imunidade social”, que provavelmente pode ter sido germinada de casos de conflito no âmbito familiar, que extravasam na área comum, seja com os vizinhos que têm animais domésticos, filhos pequenos e os que gostam de andar de salto em seus apartamentos. E o tempo pode fechar, nos halls, elevadores, ou outra área comum, de uma hora para outra, quando há hábitos totalmente diferentes da dinâmica interna pré-estabelecida.

Não ao acaso, cada vez mais, cresce o número de especialistas que se debruçam sobre o tema.

Um dos exemplos é uma recente palestra realizada, dia 10 de maio, na OAB-Pinheiros, promovida por Michel Rosenthal Wagner, advogado e presidente da Comissão de Direito Imobiliário Urbano e Vizinhança da entidade e autor da obra jurídica “Situações de Vizinhança no Condomínio Edilício – Desenvolvimento sustentável das cidades, soluções de conflitos, mediação e paz social”.

Artigo 1.337 e a construção de uma Cultura de Paz Social

Como uma das convidadas, compartilhei minha experiência sobre o tema, como síndica geral de um condomínio com um total de 2.500 pessoas. Estavam ao meu lado, os advogados Cristiano de Souza Oliveira e João Paulo Rossi Paschoal, sob a mediação de Michel. Além de contarmos com a participação ativa da plateia, formada por advogados, empreendedores, empresários e estudantes.

Durante o evento, refletimos sobre os aspectos da previsão de punição para condôminos que apresentem reiterado comportamento antissocial, seja barulho exacerbado, fora do horário permitido, atos violentos, entre outros, com sanção pecuniária e até exclusão do condomínio, com base no artigo 1.337, do Código Civil.

Na troca de experiências, os presentes se manifestaram sobre prós e contras em relação ao jeito de vivermos em condomínio. Não faltaram as citações de casos extremos, que culminam com a exclusão do condômino antissocial.

Ao final foi indicado, aos casos de reiterado desrespeito pelos moradores antissociais, que a condução se volte para aspectos definidos nas leis e também a construção de uma cultura de paz social nas situações de vizinhança e a solução de conflitos, através da mediação. Além de modelos, como a implantação de uma ouvidoria, com escuta ativa em relação às demandas dos condôminos e respectivas equipes de trabalho e projetos de convivência.

E por meio destes caminhos ser possível resgatarmos e intensificarmos a sociabilidade entre pessoas que moram em condomínios por meio da co-criação de possibilidades de diálogo e escuta ativa que fomentem o processo de conversação e realizações entre condôminos e vizinhança. E gerem o desenvolvimento sustentável do indivíduo, família e sociedade. Especialmente, ao alimentarmos estes elos com foco no desenvolvimento saudável dos relacionamentos genuínos e suas infinitas possibilidades do bem viver.

Fonte: Folha do Condominio

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