Poço artesiano é opção viável para redução de custos em condomínios

Apesar do alto investimento, a construção de um poço artesiano no condomínio pode evitar o desabastecimento de água e ajudar na redução de custos.

Poço artesiano

Abastecer o condomínio com água proveniente de um lençol freático tem sido cada vez mais frequente em condomínios. Afinal de contas, quando se trata de reduzir custos, todos os moradores passam a remar para o mesmo lado.

De acordo com especialistas do setor, o investimento feito para a instalação do poço pode ser recuperado em menos de um ano. Isso porque o condomínio só terá despesas com a taxa de esgoto, já que a distribuidora de água do Estado instala um hidrômetro para medir os resíduos jogados na tubulação.

Outra vantagem de possuir um poço artesiano em seu condomínio está relacionada a não ter interrupções no fornecimento de água pela distribuidora. Não faz muito anos diversas regiões do país sofreram com a falta de chuva e, consequentemente, enfrentaram problemas de abastecimento.

Para não recorrer a caminhões pipa, que são extremamente caros, diversos condomínios que já se depararam com esse tipo de problema têm recorrido a perfuração de poços. Segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), desde 2014 foi registrado um aumento significativo no número de pedidos para exploração de poços artesianos.

Embora as vantagens de investir em um poço artesiano sejam fáceis de mensurar (redução de custos e independência da distribuidora de água), é preciso observar uma série de fatores legais antes de começar a perfurar um poço artesiano.

Veja o que diz Celso Oldakoski, especialista em perfuração de poços artesianos no Estado do Paraná, nesta entrevista exclusiva para o Viva o Condomínio:

Viva o Condomínio: Quais são as vantagens do condomínio que possui um poço artesiano? 

Celso Oldakoski: Disponibilidade, ou seja, não estarão sujeitos a racionamentos ou interrupções. Também tem o aspecto da economia. Depois do poço pago, o condomínio só terá despesas de taxas de esgoto (quando houver rede) e, eventualmente, a manutenção na bomba. 

Viva: Quais são os cuidados que o síndico deve tomar na hora de contratar uma empresa para fazer os estudos e, depois, perfurar o poço?

Oldakoski: Histórico de obras e experiência no serviço. A perfuração de um poço tubular profundo é uma obra de engenharia e, como tal, deve ter o acompanhamento de um geólogo com inscrição no CREA.

Viva: Decidido na assembleia pela construção de um poço artesiano, e definida a empresa, qual o próximo passo?   

Oldakoski: A empresa contratada elabora a solicitação de perfuração junto ao Instituto das Águas do Paraná, incluindo projeto de perfuração e ART da obra junto ao CREA. Nesta fase a documentação é assinada pelo representante do condomínio, como cliente, e pelo geólogo responsável pela obra.

Após a expedição da “Anuência Prévia” pelo Instituto das Águas do Paraná, que demora em média 30 dias, já é possível iniciar as obras.

Depois de concluída a obra, a empresa contratada elabora a solicitação de outorga (autorização do uso da água) também junto ao Instituto das Águas do Paraná. Essa solicitação será assinada pelo representante do condomínio e pelo geólogo responsável pela obra. Nessa fase o pedido de outorga será acompanhado das análises da água, teste de vazão e perfis construtivo do poço.

Agora fique atento a essas dicas preparamos para você

1- É realmente um poço artesiano que você precisa?

A instalação de um poço artesiano irá ajudar o condomínio na redução de custos e na independência em relação à distribuidora de água. Se você pensa em economizar água, aposte na individualização dos hidrômetros.

Outra possibilidade para a diminuição da quantidade de água utilizada pelo condomínio seria a instalação de um sistema de reuso de água, principalmente para lavagem de áreas comuns.

2- Fique atento para os custos de instalação:

Em média, um poço tem 150 metros de profundidade e um custo estimado de R$ 35 a 45 mil reais. Portanto, um investimento alto para muitos condomínios. Dessa forma, essa é uma decisão que precisa da aprovação da maioria dos condôminos.

3- Aprovação em assembleia:

A construção e instalação de um poço artesiano precisa ser aprovada em assembleia. Por ser considerada uma benfeitoria útil, necessita da aprovação da maioria dos condôminos.

4- Visite o órgão municipal da sua cidade:

Procure a secretaria ambiental da sua cidade para saber sobre possíveis contaminações de lençóis freáticos próximos ao local de perfuração, como vazamentos em postos de gasolina e indústrias.

5- Estudos preliminares:

Nessa fase, serão realizadas avaliações sobre a vazão necessária do poço artesiano para o abastecimento de todos os apartamentos e a qualidade da água encontrada para consumo. Condomínios entre 50 a 100 apartamentos dependem de um poço com capacidade de até 10 mil litros por hora para atender à necessidade de abastecimento.

A qualidade da água também é observada nesta fase. Dependendo da situação o condomínio terá que investir, ainda, em uma estação de tratamento.

6- Contratação da empresa:

Antes de definir pela empresa responsável pela perfuração e construção do poço, o síndico deve convidá-las a realizar um estudo sobre a viabilidade do projeto e apresentar os seus respectivos custos.

Importante lembrar que a contratada deve contar com um geólogo ou engenheiro de minas para executar o projeto e emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

7- Licença ambiental:

Com o estudo de viabilidade técnica em mãos, o condomínio pede uma outorga de perfuração na secretaria do seu município. Após o OK do órgão público, é expedida uma anuência prévia e já é possível dar andamento à construção.

Após sua conclusão, a empresa contratada realiza a análise da água, o teste de vazão e de perfis construtivos do poço e solicita junto a Secretaria Municipal a autorização para o uso da água.

8- Cadastro na Vigilância Sanitária:

Como se trata para uso e consumo humano é necessário, também, providenciar o “Cadastro do Sistema/Solução Alternativa de Abastecimento de Água para Consumo Humano” junto ao Departamento de Vigilância Sanitária do seu estado ou município.

9 – Manutenção:

Depois de concluída a obra, é recomendável que o condomínio faça um contrato com um laboratório de análises físico/química e bacteriológicas para avaliar a potabilidade da água, já que o órgão responsável pela averiguação exige o envio de amostras a cada três meses.

10 – A falta de estudos pode acarretar em secamento do poço:

Embora levada a risca todas as etapas para a sua construção, 90% das perfurações são bem sucedidas em relação à quantidade e qualidade de água, existe a possibilidade do secamento do poço, caso o condomínio negligencie algumas etapas fundamentais dos estudos preliminares.

Se isso ocorrer, um novo poço deve ser construído o mais longe possível do antigo e sua perfuração mais profunda.

Fonte: Guilherme de Paula Pires | Viva o Condomínio | https://vivaocondominio.com.br

Agradecimento: Celso Oldakoski – Braspoços

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