Fim dos condomínios-clube? Mercado muda perfil dos empreendimentos lançados

Setor imobiliário volta a investir em edifícios com menos unidades e áreas comuns enxutas. Economia e escassez de terrenos são os principais fatores de impacto na mudança de perfil

MAQUETES

Piscinas, espaços gourmet e numerosos itens de lazer a um elevador de distância. Esses são alguns dos chamarizes que atraíram moradores para os condomínios-clube que se proliferaram em Curitiba no início desta década. A conjuntura econômica, no entanto, enxugou o tamanho dos empreendimentos residenciais na cidade, em especial nos últimos três anos. Para contornar a crise que impactou o setor imobiliário, construtoras apostam em prédios que oferecem menos unidades e áreas comuns diminutas.

No primeiro semestre deste ano, edifícios com menos de 100 apartamentos representaram 71% do total de lançamentos na capital paranaense, como demonstrou pesquisa da Brain Bureau de Inteligência Corporativa. No mesmo período de 2015 e 2016 esse número foi ainda mais significativo, representando pouco mais de 94% do perfil dos empreendimentos em cada ano.

Perfil dos empreendimentos

Desde 2012, mais da metade dos edifícios lançados em Curitiba ofereceram menos de 100 unidades.

Total

Em unidades

POR QUANTIDADE DE UNIDADES

Até 100

Em unidades

101 a 200

Em unidades

201 a 300

Em unidades

301 a 500

Em unidades

Mais de 500

Em unidades

Fonte: Redação. Infografia: Gazeta do Povo.

 

Para o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain, dois fatores impactam diretamente o cenário. O primeiro é a menor atividade econômica, que aumentou a preocupação com o custo do condomínio. Os moradores de residenciais com ampla gama de espaços comuns sentem no bolso os custos da manutenção. O segundo é que a própria febre dos clubes residenciais diminuiu.

“Para que um condomínio-clube seja viável é preciso muitas unidades. Hoje, como a demanda é um pouco menor, existe um risco de você colocar um projeto com 400 ou 500 unidades – salvo se for “Minha Casa, Minha Vida” – e ter dificuldade de vender tudo. A crise deixou as empresas com receio de lançar empreendimentos tão grandes”, explica Araújo.

Atuação nacional

Desde 2010, foram construídos dez condomínios com mais de 500 unidades em Curitiba. A última vez que a cidade recebeu um empreendimento residencial com essa dimensão foi em 2014. O boom do período pode ser explicado não só pelo ciclo econômico em alta, como também pela atuação de construtoras nacionais, como a Rossi, Tegra (antiga Brookfield) e Tecnisa, na capital.

“Essas empresas viram que quando estourava uma praça nova o investimento era muito alto. Então, quando vieram para Curitiba, lançaram empreendimentos tipo clubes, com centenas de unidades. Assim era viável para elas receber uma receita significativa”, elucida Leonardo Pissetti, vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná (Ademi-PR).

Com a saída desses players do cenário paranaense, restaram as empresas tradicionais do estado – muitas delas já trabalhavam apenas com empreendimentos exclusivos, com uma ou duas torres e poucas unidades.

Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.

Crise econômica mudou o perfil dos empreendimentos imobiliários lançados em Curitiba. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.

Localização

William Ribeiro, gerente regional da construtora Plaenge, aponta que a redução do número de lançamentos com mais de uma centena de apartamentos também tem relação com a escassez de áreas disponíveis.

“A cidade já não apresenta grandes terrenos para empreendimentos como condomínios-clube. Nossa estratégia hoje é encontrar áreas bem localizadas, que são menores. Quando o mercado estava muito ativo, tínhamos lançamentos bem maiores, mas também tínhamos mais disponibilidade de terrenos”, conta.

Construtoras locais também estão trabalhando com lançamentos que oferecem áreas comuns enxutas, diminuindo o preço das unidades e de manutenção. A ACMA Construções Civis, que entregou recentemente o empreendimento Terra Gutierrez, próximo ao Clube Curitibano, investiu em um projeto que valoriza ao máximo as áreas privativas das unidades, com o mínimo de área comum.

“Diminuímos as áreas comuns de corredor e circulação, jogando essa área para dentro do apartamento, para deixar a residência o mais confortável possível e privilegiar a área privativa”, expõe Frederico Carstens, arquiteto responsável pelo projeto.

“Teve um momento de lançamentos de condomínios gigantescos que chegavam a ter centenas de itens de recreação. Isso gera dificuldade de manutenção, controle e custo – você tem que criar praticamente a estrutura de um clube para gerir isso”, complementa o arquiteto. Carstens destaca ainda que muitas pessoas não se adaptaram aos clubes residenciais, por sentirem-se “apenas um número” entre tantos moradores.

“Os condomínios menores têm mais inserção na vida urbana, menos burocracia para o viver, menos custos. As áreas de lazer são as necessárias, que basicamente são a área do fitness, área de diversão das crianças e o salão de festas”, conclui.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/haus/imoveis

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