Ser síndico vale a pena

Experiência enriquece a vida e pode valer como uma pós graduaçãoExperiência enriquece a vida e pode valer como uma pós graduação

“Ser síndico é para fortes de espírito. Você precisa viver essa experiência e posso afirmar que vai evoluir dez vezes mais do que o tempo normal em que estiver no cargo.”

Com um artigo sobre experiências que todos devem ter uma vez na vida, Jerônimo Mendes, coach e palestrante passou uma mensagem forte: ser síndico vale a pena.

Realmente, muito se escuta sobre as dificuldades e responsabilidades do dia-a-dia da gestão de um condomínio. Mas nada que implique em crescimento, melhora interna e aprendizado é algo suave.

“Para mim foi nítido perceber que competências como liderança e saber lidar com gente melhoraram muito durante o meu período de síndico”, explica Jerônimo, que foi síndico do seu condomínio por quatro anos.

Para o especialista, o maior aprendizado foi o de conseguir lidar com pessoas difíceis.

“Em condomínio, quando você é o gestor, é sua responsabilidade fazer aquilo funcionar de uma maneira organizada. E isso inclui as pessoas que são do contra, que acham que têm mais direito, que não querem seguir as regras”, enumera o especialista.

Houve, é claro, uma parte difícil: ele enfrentou quatro processos enquanto síndico: entre ações trabalhistas e de danos morais. Venceu todos.

“Claro que nesses momentos há desgaste. Mas pensava que tinha que abraçar a causa, e que se ninguém cuidasse do local, ele poderia ficar pior, ou botaria a perder todo o meu trabalho.” Ele saiu do cargo quando achou que o ciclo de aprendizado havia terminado.

Por ter aprendido tanto durante o período de sindicância, o coach afirma que viver a função com comprometimento vale mais do que uma pós-graduação.

De acordo com demais especialistas consultados, a experiência de aprendizado pode até ser mencionada no currículo.

“Acho que se a pessoa viveu o cargo com responsabilidade e a experiência foi agregadora, pode-se até colocar no currículo”, analisa Gabriel Karpat, diretor da administradora GK.

Mais conhecimento

Aprender a ouvir e a se relacionar com as pessoas difíceis é um ganho inestimável para quem é síndico, concorda Rosely Schwartz, especialista em condomínios.

Ela também crê que muito se fala sobre a parte ruim e pesada do cargo de síndico, mas que a parte boa, que é conhecer várias áreas do conhecimento, fica para trás.

“Por exemplo, vai ser feita uma benfeitoria na parte elétrica no condomínio. Para isso, você tem que estudar um pouco aquilo, entender, para conseguir conversar com o fornecedor, saber se a obra está sendo feita da maneira correta. De que outro modo as pessoas aprenderiam tanto, sobre tantos assuntos diferentes?”, indaga Schwartz.

A especialista assinala outro ponto positivo de ser síndico: o trabalho em equipe.

“Para fazer uma boa gestão é fundamental trabalharmos bem com os funcionários, conselho e administradora. Ser uma equipe de verdade, com respeito pelo trabalho do próximo, fazendo a gestão juntos, com um objetivo maior é um dos maiores pontos positivos do trabalho de síndico”, complementa.

Mas, é claro, para que isso aconteça, são necessários alguns momentos de dúvida – e até alguns erros – e muito estudo, além do apoio de quem entende do assunto.

Da administradora aos conselheiros, passando pelo ex-síndico do condomínio, ou até, quem sabe, aquele amigo que já foi síndico do condomínio dele algumas vezes, sem contar, é claro, o suporte 24 horas que o SíndicoNet oferece para os seus leitores. Ter uma rede de apoio para a sua gestão é fundamental.

Dividindo a gestão

O importante é se informar sempre que achar que não está embasado o suficiente para tomar uma decisão.

“Ser síndico não é algo que precise ser feito sozinho, com um peso enorme nas costas. Saber dividir as responsabilidades com a coletividade, através de uma assembleia, pode ser uma ótima maneira de demonstrar transparência na gestão – algo extremamente valorizado hoje”, pondera Gabriel Karpat.

A transparência, sabemos, é algo indispensável hoje na gestão de um condomínio. A lei pede apenas uma prestação de contas por ano, que é quando os gastos do condomínio são aprovados, ou não, pela assembleia.

Mas o que se vê cada vez mais são novas ferramentas para deixar as finanças do condomínio cada vez mais acessíveis aos moradores.

Portais na internet para condomínios, balancete no boleto, pasta de prestação de contas online, cada vez mais difundidos, refletem o interesse dos moradores em acompanhar o que se passa no local onde moram.

“Se antigamente as pessoas confiavam simplesmente no síndico, hoje a situação é diferente. Trabalhe com transparência. O síndico não precisa ser simpático com todo mundo, basta fazer com que o condomínio ‘rode’ bem”, pesa Jerônimo.

Cinco pontos positivos

A pedido do SíndicoNet, Márcio Rachkorsksy, nosso colunista e advogado especialista em condomínios listou os cinco maiores pontos positivos da função:

  1. Satisfação: de conseguir melhorar o local onde se mora
  2. Ganho como cidadão: quando cuidamos do coletivo, estamos ajudando a todos e a nós mesmos
  3. Trabalho em equipe: sendo síndico o melhor a aprender é a descentralizar o poder
  4. Natureza humana: administrando o local que é moradia de tantas pessoas diferentes, você  consegue compreender melhor a natureza humana
  5. Liderança: estando à frente do condomínio, você aprende a liderar

“Ser síndico me ajudou a ser mais completo”

“Sou síndico do condomínio onde moro em São Paulo há cinco meses. O local tem 784 unidades e foi construído na década de 1970. Não é um condomínio de classe alta. As pessoas que se mudaram para cá quando o condomínio estava pronto, seus filhos, continuam morando aqui.

Nosso condomínio é aberto. Ou seja: as ruas que passam pelo nosso condomínio são ruas públicas. As quadras também são públicas.

Quis ser síndico porque tenho o desejo de ver melhorar a ocupação do espaço público da minha cidade. Para mim é muito bom olhar ao redor e ver que não só o nosso condomínio, mas a cidade como um todo está buscando essa mudança cada vez mais.

Aprendi e sigo aprendendo muito sobre os mais diversos assuntos: parte elétrica, construção civil, limpeza, iluminação pública. Outras habilidades como interação com pessoas, paciência e humildade também consegui desenvolver desde que virei síndico.

Acho que ser síndico, se dispor a isso, de verdade, vale mais do que uma pós-graduação. Ser síndico te aproxima como poucas ocasiões da escola da vida.

É uma grande experiência, e eu aconselho a todo mundo que esteja interessado a se candidatar ao cargo, que o faça pelo menos uma vez. Para valer a pena, você precisa apenas saber onde quer chegar como síndico.”

Felipe Cabral, 33 anos, é advogado e acessa o SíndicoNet periodicamente

Fonte: SindicoNet

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